Por Dr. Gabriel de Angelis Bastos Pereira
A pouco mais de um ano das eleições de 2026, as movimentações de bastidores já ganham força em Goiás. Três nomes despontam como principais pré-candidatos ao Palácio das Esmeraldas, representando forças políticas distintas: o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), o atual vice-governador Daniel Vilela (MDB) e o senador Wilder Morais (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Marconi Perillo – PSDB
Marconi, que já governou Goiás por quatro mandatos, articula sua volta ao governo estadual. Presidente nacional do PSDB, ele tem uma base sólida e um histórico político relevante, mesmo com passagens controversas. A expectativa da oposição é de uma possível união entre PSDB e Podemos para reforçar sua pré-candidatura. Marconi é conhecido por ser um hábil articulador político e nunca perdeu uma eleição direta contra o MDB no estado.
Daniel Vilela – MDB
Atual vice-governador e herdeiro político do ex-governador Maguito Vilela, Daniel é o nome mais provável para liderar a chapa governista. Com experiência como vereador, deputado estadual e deputado federal, ele também presidiu a poderosa Comissão de Constituição e Justiça na Câmara. Daniel goza de boa relação com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e lidera o MDB goiano. Caso assuma a candidatura, tende a herdar a máquina pública e o apoio da base governista.
Wilder Morais – PL
Senador eleito com expressiva votação em 2022, Wilder representa o bolsonarismo em Goiás. Ex-secretário de Infraestrutura e atual membro do PL, ele é o nome que agrada à base do ex-presidente Jair Bolsonaro, que dificilmente abrirá mão de uma candidatura própria ao governo estadual. O PL, partido de Bolsonaro, tende a manter candidatura independente, reforçando a possibilidade de Wilder disputar o primeiro turno com força. Seu discurso técnico e conservador agrada ao eleitorado de direita.
Comparativo entre os três pré-candidatos:
Nome | Partido | Apoio Político | Histórico Eleitoral | Perfil Político |
---|---|---|---|---|
Marconi Perillo | PSDB | Oposição / PSDB + Podemos (possível) | 4 mandatos como governador | Experiente, articulador |
Daniel Vilela | MDB | Base governista / MDB + União | Vice-governador, ex-deputado | Jovem, institucional |
Wilder Morais | PL | Base bolsonarista / PL | Senador, ex-secretário | Técnico, conservador |
Cenário político e perspectivas
Caso as três forças mantenham candidaturas próprias — PSDB/Pode, MDB/União e PL —, um segundo turno se torna altamente provável. A oposição aposta na força de Marconi e na divisão do grupo governista. O PL, alinhado à direita nacional, não deve abrir mão da cabeça de chapa apenas para integrar a coligação do atual vice-governador, o que reforça o protagonismo de Wilder Morais.
A disputa se desenha como uma das mais acirradas dos últimos anos em Goiás, com três projetos distintos e com musculatura eleitoral própria. O xadrez político está em formação, mas o embate entre tradição, renovação e conservadorismo promete agitar o cenário até 2026.