Goiânia — Em uma declaração carregada de memória política e críticas afiadas, o vice-governador Daniel Vilela acusou o ex-governador Marconi Perillo de tentar se apropriar do legado do ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende — já falecido — para se favorecer politicamente. O ataque reacende rancores antigos e promete tensionar ainda mais o ambiente eleitoral em Goiás.
“A população goiana sabe o que ele falava do Iris e o quanto tentou persegui-lo, inclusive familiares.” — declarou Vilela.
Para Daniel, a tentativa de associar a imagem de Marconi à de Iris não é apenas “revisão histórica”, mas uma manobra política para aproximar-se de forças tradicionais que durante anos estiveram em oposição ao PSDB.
Velhos fantasmas ressurgem: oposição histórica relembrada publicamente
A crítica é direta: Vilela relembra que o grupo de Iris e o então MDB foram oposição declarada às quatro gestões de Marconi — um período marcado por disputas intensas, acusações de perseguição e confronto político.
Com a declaração pública, Vilela procura consolidar sua própria imagem não apenas como sucessor de Iris, mas como a “barreira legítima” ao retorno de Marconi ao protagonismo. A estratégia acende o alerta nos bastidores políticos: o duelo no estado pode se transformar em disputa simbólica pela memória e legado histórico, não apenas em torno de cargos.
Marconi no centro da disputa: tentativas de reaproximação ou oportunismo eleitoral?
Embora Marconi Perillo não tenha emitido resposta oficial imediata, bastidores tucanos já classificam o ataque como “politicagem de 2026”. Aliados do ex-governador afirmam que o vice-governador tenta usar os fantasmas do passado para evitar debater os problemas atuais do governo estadual — e para fragilizar a base de Perillo antes mesmo de qualquer projeto político de ambos.
O fato é que, com a disputa de 2026 ganhando forma, o duplo peso — de legado histórico e disputa pelo voto — transforma o confronto em algo potencialmente explosivo. Para analistas, o ataque representa menos uma crítica pessoal e mais um movimento estratégico para consolidar o campo partidário do MDB como herdeiro legítimo de Iris.
Consequências e o retrato de uma política em disputa
- Polarização simbólica: A reativação de memórias de perseguições e embates entre Iris e Marconi coloca em cheque o discurso de renovação eleitoral e apela ao eleitorado tradicional — reacendendo rivalidades de longa data.
- Risco de fragmentação política: A ofensiva de Vilela pode quebrar bases de apoio que Marconi ainda tenta retomar, enfraquecendo alianças e criando divisões dentro do eleitorado conservador/estabelecido.
- Estratégia antecipatória: O ataque funciona como preâmbulo à corrida de 2026 — definir publicamente quem “herda” a memória de Iris é tão simbólico quanto declarar candidatura.
O que esperar daqui para frente
Com o clima político aquecido, é provável que Marconi reaja — seja com retaliações diretas, com decisões estratégicas para retomar protagonismo, ou com silêncios calculados. Essa disputa promete definir não apenas candidaturas futuras, mas alianças, identidades partidárias e o rumo do eleitorado tradicional em Goiás.
O embate entre Daniel Vilela e Marconi Perillo escancara algo que vai além da disputa por poder: revela uma batalha por história, narrativa e legitimidade — uma luta por quem tem o direito de representar o “legado de Iris Rezende”.
“Em medicina e na politica 2+2 nem sempre é 4”
