A política de Santo Antônio do Descoberto volta a ferver antes mesmo do início oficial do calendário eleitoral. De um lado, o deputado André do Premium, com um patrimônio eleitoral estimado entre 30 e 35 mil votos. Do outro, a ex-candidata a prefeita Meiranny Reis, que surpreendeu nas urnas ao conquistar 14.902 votos no último pleito municipal, consolidando-se como um dos nomes mais fortes da cidade.
Apesar de atuarem em esferas diferentes — estadual e municipal — ambos caminham inevitavelmente para um choque de forças no cenário local. E essa disputa vem sendo acompanhada de perto por aliados, adversários e lideranças regionais.
A força de André — e seu maior problema: ainda sem partido
André do Premium é hoje um dos nomes mais influentes da cidade. Sua reeleição é dada como provável por diversos analistas, porém enfrenta um obstáculo que preocupa a base: está sem partido político.
Mesmo com convites de PSDB, Republicanos, PSD e PRD, André ainda não decidiu qual legenda irá abrigá-lo. A indefinição liga o alerta de aliados, especialmente porque o deputado integra a base do governador Ronaldo Caiado, o que restringe algumas escolhas e amplia outras.
Em Brasília e Goiânia, dirigentes partidários reconhecem:
“Ele tem voto para se eleger, mas precisa decidir logo. A janela partidária não espera.”
Meiranny Reis: a candidata que fala ao coração do eleitor local
Mesmo não disputando vaga na Assembleia, o nome de Meiranny Reis mexe profundamente com o tabuleiro da cidade. Seu desempenho de 14.902 votos na eleição passada mostrou que ela conseguiu atingir um segmento fiel, que continua engajado, ativo e disposto a ampliar sua força.
A projeção é que mesmo com uma eventual queda natural — de 2 a 3 mil votos — Meiranny ainda sustentaria um número expressivo, capaz de influenciar a eleição proporcional na cidade.
Ela já tem uma aliança oficializada com o ex-governador Marconi Perillo, o que fortalece sua musculatura política e amplia seu alcance dentro da oposição regional.
Polarização inevitável: dois polos fortes e eleitorado dividido
Embora disputem cargos diferentes, a influência que cada um exerce sobre o cenário local aponta para uma eleição altamente polarizada:
- André representa a base governista estadual e tem forte influência comunitária;
- Meiranny simboliza a oposição organizada, com discurso firme e seguidores fiéis.
Há quem aposte que a eleição será dividida em dois lados, repetindo tendências de grandes cidades e ampliando tensões entre grupos políticos, servidores públicos e lideranças tradicionais.
O fator funcionalismo público: insatisfação crescente
Outro elemento que não pode ser ignorado é o funcionalismo municipal. Fontes internas revelam um sentimento de insatisfação acumulada, resultado de:
- atos impopulares da gestão atual;
- desgaste administrativo;
- percepções de falta de diálogo.
Esse contingente, numeroso e articulado, pode desempenhar papel decisivo — seja para punir candidatos ligados à gestão, seja para favorecer quem se posiciona como alternativa viável.
O risco real para ambos: vitória e perda de mandato
O clima político é tão tenso que lideranças locais reconhecem abertamente:
“Meiranny pode tomar posse e André pode perder o mandato com a máquina municipal na mão — ou vice-versa.”
A frase reflete o sentimento geral: nada está garantido para ninguém.
Com forças equilibradas, bases consolidadas e estratégias que ainda serão afinadas, a eleição deve ser uma das mais duras da história recente da cidade.
Conclusão: o tempo aperta, a cidade ferve e a decisão partidária será decisiva
Com um eleitorado atento, um cenário dividido e duas lideranças fortes disputando influência, Santo Antônio do Descoberto deve viver outra eleição polarizada — talvez ainda mais intensa que a última.
Enquanto isso:
- Meiranny segue firme, clara em seu posicionamento e com casa partidária definida.
- André do Premium encara seu maior desafio: manter o mandato, definir o partido e reorganizar sua base, enquanto observa sua principal adversária avançar com estratégia e constância.
No fim das contas, como dizem dentro da própria cidade:
“A água já começou a pingar… e quando chega perto de furar, ninguém segura.”
Em medicina e na política 2+2 nem sempre é 4 “
