Indicações políticas e rotatividade excessiva expõem vulnerabilidade de comissionados em Santo Antônio do Descoberto
Critérios políticos acima da capacidade técnica
Em Santo Antônio do Descoberto, a ocupação de cargos comissionados tem seguido uma lógica que privilegia interesses políticos em detrimento da capacidade técnica dos servidores. A prática, embora comum em diversas gestões públicas, tem alcançado níveis preocupantes no município, onde o critério predominante para nomeações parece ser “quem indica”, e não “quem está apto”.
Servidores comissionados à mercê de interesses partidários
A vulnerabilidade dos servidores comissionados, expostos à troca constante por razões alheias ao mérito ou desempenho funcional, tem gerado um ambiente de instabilidade e insegurança institucional. Muitos desses profissionais são removidos ou transferidos sem justificativa técnica, apenas por mudanças no jogo político local. O rodízio desenfreado de ocupantes de cargos de confiança ultrapassa os limites do bom senso e compromete seriamente a continuidade administrativa.
Instabilidade que paralisa e compromete serviços
Essas substituições sucessivas — por vezes semanais ou mensais — desestruturam setores essenciais da administração pública. A cada novo nomeado, inicia-se um novo ciclo de adaptação e aprendizado, o que atrasa o atendimento à população, paralisa projetos em andamento e enfraquece a eficiência da máquina pública.
Desvirtuamento da função dos cargos comissionados
O cenário também evidencia a ausência de critérios objetivos para a escolha de servidores comissionados, o que contribui para o desvirtuamento da finalidade desses cargos. Criados para permitir ao gestor público escolher pessoas de sua confiança com capacidade técnica e afinidade programática, os cargos têm sido ocupados, em sua maioria, por apadrinhados políticos que não necessariamente possuem qualificação compatível com as funções que exercem.
Dependência política e fragilidade institucional
Além dos prejuízos administrativos, essa prática institucionaliza a dependência política como moeda de sobrevivência funcional. Os comissionados tornam-se reféns de acordos informais, tendo de se alinhar constantemente a grupos ou figuras políticas para garantir sua permanência no cargo — o que fragiliza a autonomia dos servidores e contamina o ambiente público com interesses pessoais e eleitorais.
Necessidade urgente de profissionalização e transparência
Diante desse quadro, é urgente que o município reveja sua política de nomeações e adote mecanismos mais transparentes, com critérios técnicos mínimos e estabilidade relativa nos cargos comissionados, especialmente em funções estratégicas. A profissionalização da gestão pública e o respeito à capacidade dos servidores são condições indispensáveis para garantir um serviço público eficiente, digno e voltado ao interesse da população.