A esquerda como quarta força: PT, PSB e aliados podem decidir o rumo das eleições em Goiás em 2026

marconi adriana accorsi foto wesley costa 2012

Por Dr Gabriel de Angelis Bastos pereira

A corrida pelo governo de Goiás em 2026 já começa a ganhar forma nos bastidores políticos. Três nomes despontam como pré-candidatos mais prováveis: o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), o atual vice-governador Daniel Vilela (MDB) e o senador Wilder Morais (PP), ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, um fator pode ser decisivo e ainda pouco calculado: a atuação da esquerda goiana.

Os partidos de esquerda — como PT, PSB, PCdoB, PV e PSOL — mesmo que não lancem candidatura própria ao governo estadual, podem funcionar como uma verdadeira quarta força eleitoral. Sem um nome competitivo já colocado no tabuleiro, cresce a articulação em torno do apoio àquele candidato mais simpático às pautas progressistas e com menor rejeição histórica junto a esse campo político.

Neste cenário, Marconi Perillo se movimenta com habilidade. Embora esteja filiado ao PSDB, é visto como um político moderado, experiente e com perfil de diálogo. Já governou Goiás por quatro mandatos e nunca perdeu uma disputa direta contra o MDB, adversário histórico. Nos bastidores, há quem diga que o PT em Goiás apenas aguarda uma sinalização nacional para formalizar esse apoio informal, caso Marconi avance com uma postura de centro mais clara e atraia as demais siglas da esquerda.

Por outro lado, é improvável que a esquerda caminhe com Wilder Morais, nome do bolsonarismo no estado, nem com Daniel Vilela, herdeiro político do atual governo Ronaldo Caiado (União Brasil), com quem o campo progressista tem histórico de oposição.

Assim, a esquerda, embora ainda desorganizada como bloco, poderá ser o fiel da balança em uma eleição que tende ao segundo turno, caso as três principais candidaturas se confirmem. A união em torno de uma frente progressista, mesmo que não encabeçada por um candidato próprio, pode colocar Marconi Perillo no segundo turno e, eventualmente, levá-lo de volta ao Palácio das Esmeraldas.

Enquanto o PT avalia se lança ou não candidatura, a pergunta que ecoa nos bastidores é: para onde irão os votos da esquerda goiana?

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