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Desde sempre, Ronaldo Caiado sente que Marconi Perillo é melhor político e mais carismático do que ele, e nunca teve coragem de enfrentar o grupo de Marconi no mano a mano. Nas duas eleições em que foi vitorioso, usou métodos não republicanos, com denúncias espúrias contra Marconi Perillo, que, passadas as eleições, provaram-se vazias.
Marconi Perillo, um tocador de obras por excelência, em seus mandatos realizou obras por todas as regiões do Estado de Goiás. Caiado, ao contrário, não tem muito o que mostrar, mas resolveu disputar com Marconi o Cavalhódromo de Pirenópolis, cidade natal de Valéria Jayme, mulher do governador Marconi, onde ele é muito querido e respeitado por todos.
Diga-se de passagem que, em seus sete anos de governo, não investiu um tostão na cidade, que recebe centenas de milhares de turistas de todo o Brasil durante o ano.
Caiado, com inveja do prestígio e talento gestor de Marconi, alegou, sem provas, que o Cavalhódromo — que servia muito bem à cidade e foi construído no governo Marconi — precisava ser demolido, e assim o fez.
No espaço do Cavalhódromo sempre funcionou o Estádio de Futebol Dr. Ulisses Jayme, local de memoráveis partidas dos campeonatos organizados pela Associação Atlética Pirenopolina, que de fato é a usufrutuária do local. Assim, o Cavalhódromo era basicamente utilizado pelas duas paixões do povo pirenopolino: o futebol e, nas festas do Divino Espírito Santo, a encenação da batalha entre mouros e cristãos. Desde a maldosa demolição, a cidade está sem local para curtir suas duas paixões.
Após demolir o Cavalhódromo, Caiado prometeu à cidade que construiria outro, muito mais suntuoso que o construído no governo Marconi Perillo. Assim, elaborou um projeto sem consultar os principais usuários do local — a Associação Atlética Pirenopolina e o Instituto Cultural Cavalhadas de Pirenópolis — e também sem ouvir o CONDEMA (Conselho de Defesa do Meio Ambiente de Pirenópolis), que inclusive enviou uma Moção de Repúdio nº 001/2025 ao IPHAN, repudiando totalmente o projeto governamental.
No dia 04/02/2025, no Teatro Municipal de Pirenópolis, o governo Caiado apresentou o nababesco e faraônico Projeto Novo Cavalhódromo durante reunião pública que contou com a participação de representantes da Associação Atlética Pirenopolina, da Salvaguarda da Cultura, do IPHAN, do Instituto Cultural Cavalhadas de Pirenópolis, de entidades culturais e da comunidade local. Na ocasião, observou-se clara rejeição da proposta por parte dos presentes, especialmente da população pirenopolina, que não se reconheceu no projeto apresentado.
Trata-se de uma proposta que não respeita o contexto arquitetônico da cidade, configurando-se como uma obra de grande porte, destoante da realidade local, ao privilegiar estruturas que não dialogam com a tradição das Cavalhadas ou com o uso original do espaço: o futebol. Além disso, o projeto infringe diversas normas aplicáveis a cidades históricas, como é o caso de Pirenópolis.
Obviamente, o projeto do governo é tecnicamente inviável e não foi aprovado pelo IPHAN. Segundo o presidente Gilvane Felipe, “do jeito que está, mesmo que chova canivetes, não será aprovado”. Se Caiado fosse democrata e tivesse real interesse em beneficiar Pirenópolis, mandaria refazer seu projeto de acordo com as exigências legais e com os interesses dos principais usuários do local. Mas, como sempre agiu como um coronel que se acha dono do mundo, quer empurrar seu projeto megalômano goela abaixo da cidade. Como não consegue construir o que não deve, culpa o IPHAN e Marconi Perillo de perseguição e obstrução.
O projeto do governo é tão fora de propósito que dá para desconfiar que Caiado não tem real interesse em construí-lo. Todos sabemos que Caiado nunca foi afeito a tocar obras de interesse público.
O governador Ronaldo Caiado já está idoso e ainda não entendeu que mentiras têm pernas curtas. No dia 14/09, em Pirenópolis, Caiado fez um discurso absolutamente mentiroso e, mais uma vez, jogou a culpa da rejeição do seu péssimo, invejoso, vaidoso e megalômano projeto em Marconi Perillo e, de quebra, também em Gilvane Felipe, presidente do IPHAN.
Ora, Marconi tem Pirenópolis como seu lar, foi excelente para a região como governador e, como bom pirenopolino, quer de volta o Estádio Dr. Ulisses Jayme e também o Cavalhódromo, destruídos covardemente por Caiado. Tudo leva a crer que este grandioso e soberbo projeto foi feito para não ser construído, pois, pela sua grandeza, levaria de 5 a 6 anos para ser concluído. Por isso, Caiado culpa Marconi, tentando justificar o injustificável.
Ronaldo Caiado passará para a história como o único governador de Goiás que não levou benefício algum para Pirenópolis, uma das principais cidades turísticas do país, e como o destruidor de uma benfeitoria de R$ 80 milhões, construída no governo passado, por pura vaidade e inveja de um adversário político.
Arthur Otto é engenheiro nuclear e amante da política.
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Telma Jayme é filha dileta de Pirenópolis.
