A inauguração do novo Mercadão Goiano, em Santo Antônio do Descoberto, que promete modernizar e reorganizar o comércio local, já começa a gerar controvérsias entre os feirantes. O motivo é o critério de distribuição das bancas, que, segundo comerciantes antigos, não leva em consideração os investimentos acumulados ao longo dos anos.

Hoje, muitos feirantes trabalham na feira coberta municipal, onde alguns adquiriram mais de uma banca — em alguns casos, até quatro ou cinco pontos — após décadas de dedicação e compra de espaços de colegas que desistiram da atividade. Contudo, no novo espaço, cada feirante receberá apenas uma banca, independentemente de quantas possua atualmente.

Enquanto isso, trabalhadores que não são proprietários de bancas, mas que pagam aluguel mensal, também terão direito a uma unidade no Mercadão Goiano, o que tem gerado insatisfação.

“Investimos a vida toda para ter nossas bancas, compramos de outros que saíram, acreditamos no comércio da cidade. Agora, simplesmente seremos nivelados por baixo e vamos perder espaço. Isso não é justo”, desabafa um feirante que preferiu não se identificar.

Para os comerciantes mais antigos, a decisão representa uma desvalorização do esforço histórico feito para consolidar o mercado local. Eles alegam que, sem critérios diferenciados, os que mais investiram acabam sendo os mais prejudicados.

Por outro lado, o governo estadual argumenta que a limitação a uma banca por feirante busca garantir igualdade de oportunidade para todos os trabalhadores, ampliando a participação de quem não possuía espaço próprio.

A polêmica deve ganhar novos capítulos à medida que a inauguração se aproxima. Feirantes já articulam reuniões e até possíveis representações junto ao Ministério Público, questionando a legalidade e a transparência dos critérios adotados.

O jornal 14 de Maio procurou a Secretário de Comunicação da Prefeitura, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta.