Jesus, sara a nossa nação! Aforismos de um homem com fé

Pedro Bruno A Patria scaled

Sara a nação das chagas abertas pela corrupção, dos homens engravatados que cospem promessas em época de eleição e somem com o dinheiro do povo quando assumem o poder. Homens e mulheres que vendem a alma por cargos, que descansam em palácios e participam de banquetes, enquanto crianças reviram o lixo por migalhas.

Jesus, sara a nação do câncer do altar profanado, onde muitos líderes religiosos pregam a paz, mas vivem no caos do dízimo do medo. Transformaram a fé em comércio, o púlpito em palanque, a palavra em mercadoria e o povo em ovelhas sem lã. Usam teu nome em vão, Senhor, erguem templos luxuosos, no entanto, fecham os olhos para o morador de rua na porta da igreja. Estão mais envolvidos com política do que com a verdade das Escrituras. Esqueceram-se que o Teu reino não é deste mundo!

Jesus, sara a nação das feridas das escolas abandonadas, das salas superlotadas, do professor mal pago e humilhado, do saber sufocado por políticas públicas que desprezam o futuro. Tiram os livros, mas distribuem armas. Sucateiam bibliotecas, mas investem em fake news. Mentem para o povo, e o povo aprende o estilo de vida de viverem enganados.

Jesus, sara a nação da saúde moribunda, dos hospitais sem gaze, sem leito, sem respeito. Onde a dor vira número, onde o pobre morre esperando atendimento enquanto os engravatados fazem check-up em clínicas de luxo, custeadas com o suor de quem não tem sequer plano de saúde.

Jesus, sara o mal da segurança que virou guerra civil disfarçada. Onde o preto, o pobre, o favelado, o periférico já nascem com sentença de suspeito. Sara essa justiça injusta, violenta e descreditada! Que julga a causa do humilde com ferro e fogo, mas não alcança o colarinho branco. Justiça que pesa a mão no fraco e alivia o forte.

Jesus, sara o malefício do mercado de trabalho, onde o homem vale menos que a máquina, onde o jovem é explorado e a mulher é silenciada. Sara o desempregado que caminha quilômetros por uma vaga, enquanto os donos do capital exploram, acumulam e debocham. As coisas valem mais que as pessoas!

Jesus, sara o povo, esse povo sofrido, cansado de carregar o peso dos outros nas costas. Um povo alegre, mas adoecido; um povo crente, no entanto oprimido; um povo trabalhador, todavia enganado; um povo que clama por justiça, porém recebe esmola.

Jesus, sara a nossa nação. Mas sara também a nossa consciência. Porque o opressor só existe quando o oprimido cala, e a mentira reina quando a verdade dorme. Dá-nos coragem de agir, de resistir, de levantar a voz, de romper as correntes. Jesus, sara a nossa nação!

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