EXCLUSIVO: PSB e Cidadania articulam federalização e podem redesenhar mapa político nacional

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Por Dr Gabriel de Angelis Bastos Pereira

Negociação nos bastidores prevê fim da federação com PSDB e nova união com o PSB de João Campos. Consulta ao TSE já foi feita e movimento pode abalar alianças de 2026.

Brasília – Em uma movimentação silenciosa, mas com potencial de abalar o tabuleiro político nacional, dirigentes do PSB e do Cidadania avançam nas tratativas para a federalização entre os dois partidos, com articulação direta envolvendo o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e lideranças da cúpula nacional do Cidadania.

O principal entrave, no entanto, está no fato de que o Cidadania já compõe uma federação com o PSDB, firmada em 2022 e com validade jurídica mínima de quatro anos. Apesar disso, fontes ouvidas pela reportagem confirmam que os dois partidos já fizeram uma consulta formal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para entender os caminhos legais que possibilitem a rescisão antecipada da federação com os tucanos e a formação de uma nova aliança federativa com o PSB.

A manobra, se autorizada, pode causar efeitos sísmicos nas articulações para as eleições de 2026, sobretudo na formação de palanques estaduais, coligações proporcionais e na consolidação de uma base progressista em torno do presidente Lula, de olho na manutenção do campo democrático-popular no poder.

PSB amplia protagonismo e mira núcleo duro do governo Lula

Com a liderança jovem e em ascensão de João Campos, que tem se consolidado como um dos principais quadros do PSB nacional, o partido pretende fortalecer sua base institucional com a entrada de quadros do Cidadania, que hoje possui parlamentares moderados, boa capilaridade estadual e influência sobre setores liberais progressistas.

Internamente, já há uma costura avançada para a criação de uma frente ampla com identidade social-democrata renovada, voltada ao eleitorado urbano, jovem e mais ao centro do espectro político — mas sem perder o vínculo histórico com os movimentos populares, característica central do PSB.

Resistência tucana e impactos jurídicos

No PSDB, a notícia caiu como uma bomba. Dirigentes tucanos consideram a iniciativa uma “traição política” e prometem recorrer ao TSE caso a federação seja desfeita unilateralmente antes de 2026. Ainda assim, fontes do Cidadania admitem insatisfação crescente com os rumos da aliança com o PSDB, especialmente após os resultados eleitorais recentes e o encolhimento da legenda tucana no Congresso.

O que está em jogo

Caso a nova federação PSB-Cidadania se concretize, o grupo poderá formar uma das maiores bancadas do campo progressista na Câmara, além de influenciar diretamente nas chapas majoritárias em diversos estados, com potencial para lançar nomes competitivos ao Senado, governos estaduais e até à vice-presidência em uma eventual chapa de reeleição de Lula.

O TSE deverá se manifestar nos próximos meses sobre a viabilidade jurídica da mudança. Até lá, nos bastidores de Brasília, as peças continuam se movimentando silenciosamente — mas com o barulho de um terremoto político anunciado.

Lembre-se “Em medicina e na política 2+2 nem sempre é 4 “

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